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Desbravador da minha vida. Autor da minha história. Sou reticências.

sábado, 16 de maio de 2009

Ampulheta

Ele sentou na pedra.
virou a ampulheta.
E ficou.
Imaginando o sorriso mais perto.
inventando o cheiro.
criando a cor.
Ele sentou na pedra,da espera...e esperou.
Como se espera nevar no Brasil,
Como se apagasse água com fogo.
Ele sentou na pedra.
Revirava a ampulheta
E continuava.
Desprezando o vento
Á mercer do tempo
Beijando a miragem.
Ele sentou na pedra.
Quebrou a ampulheta,
Precisava quebrar algo.
não dava pra medir o espaço
sentia-se frio,vontade de gritar,cansaço.
Mas permaceceu sentado,calado.
Naquela mesma pedra,
como da primeira vez.
sonhando com a distancia apagada
sorria,como se fosse chegada.
e se selava.
Ele sentou na pedra.
colou a ampulheta.
E esperançou.
Já não tinha muito tempo pra esperar,
muito tempo já havia esperado.
Mas seguiu intacto,sentado.
Revirava a ampulheta envenenada.
estava congelado,azedo,amargo.
E sentou.na pedra.
e não tinha mais tempo
e não podia mais.
mas ficou,
revirou a ampulheta
num sopro,
e esperou,
com o corpo frio
jogado
sozinho
como da primeira vez.

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